Ontem de manhã, quando recém abri o tuíter vi um RT da folha. O título dizia que o PT treina “patrulha virtual para atuar em redes sociais”. Só isso já me fez gargalhar, pois afinal boa parte dos simpatizantes da esquerda fazemos isso, virtual ou presencialmente há séculos... Pois, abro a matéria e vejo que quem havia falado à folha tinha sido o Fito (Adolfo Fernandez, o mesmo que, pra quem nao sabe, foi o responsável pela descoberta da gráfica que imprimia os panfletos apócrifos da diocese de Guarulhos, durante a campanha contra o coiso e pela denúncia e vigília que se sucederam). Nem me dei ao trabalho de ler o resto... E dei RT do RT...
Mais tarde, novos questionamentos... Então tá. Concordo que o representante do núcleo poderia ter se precavido e gravado a entrevista para provar que suas palavras foram distorcidas. Contou, acho, com a inteligência das pessoas que a estas alturas já deveriam saber que em alguns dos jornalões até os pontos são falsos...
Mas não concordo com a crítica feita a ele por ter falado com a Folha, ou qualquer outro jornalão, informado assim dos núcleos que estão sendo criados e quais seus objetivos (alguns já em funcionamentos desde o início do ano, outros sendo organizados agora). A prova de que não foi um equívoco está no fato de que muitos dos que aqui atuam, de ambos lados, ativamente, só souberam da existência disso graças à visibilidade que o título enviesado da Folha deu à matéria.
E aqui cabe colocar o estranhamento ao fato de que, alguns dos que criticavam, são os mesmos que pregam diuturnamente na TL e em outros meios, democratização da política, diálogo, informação, horizontalidade. E que com a mesma intensidade criticam a imprensalona, pig, velha mídia, como queiram. Oras, então porque dar mais credito à distorção do que ao fato? Estamos tão carregados ainda dos preceitos ditatoriais que só 'autoridades' tidas e reconhecidas podem ter voz e com ela o direito de ter suas vidas e palavras distorcidas pela grande mídia?
Outro alou, coerência!!!!!
O congresso do PT em setembro decidiu pela criação de setoriais que teriam participação ativa nas redes sociais. Ou seja, a experiência dos Mavs, (núcleo de Militância em Ambientes Virtuais) criados no início do ano, será ampliada, e o partido, instituição vai promover, dizer que existe MAIS essa possibilidade para a militância. E sim, buscar pessoas para passar a experiência, mostrar alternativas e formas de militância não presencial.
Alguma novidade? Sim! Finalmente o partido está reconhecendo a importância das redes sociais – já comprovada na campanha presidencial do ano passado – e criando mecanismos de atuação mais eficiente.
Sabendo de tudo isso, continuo perguntando: qual o problema?
Sabendo de tudo isso, continuo perguntando: qual o problema?
O que queremos afinal? Seguir patrulhando e patrulhando e ficar horas na TL criticando a nós mesmos e às sabidas e mastigadas escorregadas que a imprensa dá? Ou queremos usar estes meios para a difusão de fatos que de outra forma não seriam sabidos? Porque rechaçar de maneira tão rápida e veemente esse novo canal do partido?
Agradecimento ao Sergio Pecci pela ajuda na edição e nos prints