do Deu Saúva no jardim
Hoje eu acordei menor. Não por atitudes pessoais ou por gestos meus que diminuam meu caráter ou minha dignidade.
Sinto-me menor em importância para o meu país. Dei-me conta, não de uma hora para outra, mas de um processo aplicado por conta-gotas, de quão sem importância é o conjunto dos cidadãos para a nação brasileira.
E aqui se entenda “nação” como uma das definições que ensina o Aulete: “ Comunidade política autônoma e de território definido que partilha instituições comuns (constituição, governo, sistema judiciário)."
A contradição existente nessa definição e a realidade que vivemos é que me faz menor. Nós, os cidadãos brasileiros, exceto umas poucas centenas, não partilhamos instituição nenhuma. Não usufruímos da proteção da Constituição, a nossa partilha de Governo se dá apenas em momentos pontuais quando somos convocados a votar e menos ainda existem portas abertas para nós do sistema judiciário.
Junto com o incômodo da pequenez fica a imperiosa, mas nunca satisfeita curiosidade – e necessidade! – de saber por quais subterrâneos passam as decisões da nossa Republica, decisões essas, apenas para falar das mais recentes, que vão desde a estranha coincidência do calendário do STF que fez acontecer no mesmo periodo o julgamento de políticos de um partido com as eleições, até a volta de 180 graus que fez o relator da CPMI que leva o nome de um bandido, a retirar nomes de possíveis envolvidos na bandidagem poucos dias após a divulgação inicial de um relatório em que, de maneira contundente, refere-se a esses mesmos nomes assim: “Há provas de que políticos abriram seus gabinetes para os criminosos, jornalistas venderam matérias e empresários apoiaram e contaram com o apoio de membros da quadrilha.” Ou ainda quando diz a respeito do Procurador Geral: “apuraram-se fortes indícios de desvios de responsabilidade constitucional, legal e funcional, praticadas pelo Dr. Roberto Gurgel”
O que aconteceu entre o anuncio e a aprovação final deste relatório. Porque acusações tão serias tornaram-se dispensáveis? Onde está a leviandade? Antes ou depois? Mas que ela existe, existe.
Junto a essas suspeitas providencias e atitudes de todos os que no seu dia-a-dia escrevem a história política, administrativa e judiciária do Brasil, destacam-se ainda a de nossa presidente da republica juntamente com seu principal apoiador, o Lula, que em um silencio sepulcral e assustador, eximem-se de qualquer providencia – não há uma única providencia ou comentário! – que permita prever que o fim dos conchavos espúrios está próximo. Comigo não! Dizem os dois, afastando-se descaradamente da responsabilidade de assumir um lado, de preferência o lado dos cidadãos.
Pelo contrário a previsão é de mais convivências criminosamente obsequiosas entre todos os que militam na política brasileira, de um troca-troca sem fim em busca de um bem estar entre eles, uma convivência protocolar, porém danosa, um certo welfare state exclusivo que marginaliza os que verdadeiramente pensam e tentam construir um Brasil mais rico, justo e solidário.
Não entendo mais o PT, nunca entendi a imprensa, nos últimos tempos deixei de respeitar o judiciário e não me preocupo mais, como aliás pouco me preocupei sempre, com o papel dessa oposição oportunista e falastrona que poderia contribuir muito com um projeto de Brasil grande, mas limita-se a maquinações que empacam qualquer proposta para fazer o país caminhar para frente.
Não duvido que tenha havido maquinações e ameaças escabrosas e nada recomendáveis para que o relatório da CPMI com nome de bandido chegasse ao triste fim que chegou. Uns e outros livraram suas caras e suas peles em nome de qualquer coisa, menos no nome do país e de seus cidadãos. Entre estes, eu mesmo.
Nosso querido Brasil tornou-se a Republica dos Julgamentos e das Acusações Sem Fim e, para tanto, montou-se a Junta Conciliatória das Maracutaias e o Imenso e Primordial Cartório de Registro dos Contratos de Acordos e Conchavos com endereço na Sala Um do sub solo da Esplanada.
Desculpem-me a tímida tentativa de fazer humor com coisa tão séria, mas talvez isso seja apenas um disfarce para que eu não sinta o verdadeiro peso de tudo que sinto agora inclusive da minha consciência política.
Hoje eu acordei menor. Não por atitudes pessoais ou por gestos meus que diminuam meu caráter ou minha dignidade.
Sinto-me menor em importância para o meu país. Dei-me conta, não de uma hora para outra, mas de um processo aplicado por conta-gotas, de quão sem importância é o conjunto dos cidadãos para a nação brasileira.
E aqui se entenda “nação” como uma das definições que ensina o Aulete: “ Comunidade política autônoma e de território definido que partilha instituições comuns (constituição, governo, sistema judiciário)."
A contradição existente nessa definição e a realidade que vivemos é que me faz menor. Nós, os cidadãos brasileiros, exceto umas poucas centenas, não partilhamos instituição nenhuma. Não usufruímos da proteção da Constituição, a nossa partilha de Governo se dá apenas em momentos pontuais quando somos convocados a votar e menos ainda existem portas abertas para nós do sistema judiciário.
Junto com o incômodo da pequenez fica a imperiosa, mas nunca satisfeita curiosidade – e necessidade! – de saber por quais subterrâneos passam as decisões da nossa Republica, decisões essas, apenas para falar das mais recentes, que vão desde a estranha coincidência do calendário do STF que fez acontecer no mesmo periodo o julgamento de políticos de um partido com as eleições, até a volta de 180 graus que fez o relator da CPMI que leva o nome de um bandido, a retirar nomes de possíveis envolvidos na bandidagem poucos dias após a divulgação inicial de um relatório em que, de maneira contundente, refere-se a esses mesmos nomes assim: “Há provas de que políticos abriram seus gabinetes para os criminosos, jornalistas venderam matérias e empresários apoiaram e contaram com o apoio de membros da quadrilha.” Ou ainda quando diz a respeito do Procurador Geral: “apuraram-se fortes indícios de desvios de responsabilidade constitucional, legal e funcional, praticadas pelo Dr. Roberto Gurgel”
O que aconteceu entre o anuncio e a aprovação final deste relatório. Porque acusações tão serias tornaram-se dispensáveis? Onde está a leviandade? Antes ou depois? Mas que ela existe, existe.
Junto a essas suspeitas providencias e atitudes de todos os que no seu dia-a-dia escrevem a história política, administrativa e judiciária do Brasil, destacam-se ainda a de nossa presidente da republica juntamente com seu principal apoiador, o Lula, que em um silencio sepulcral e assustador, eximem-se de qualquer providencia – não há uma única providencia ou comentário! – que permita prever que o fim dos conchavos espúrios está próximo. Comigo não! Dizem os dois, afastando-se descaradamente da responsabilidade de assumir um lado, de preferência o lado dos cidadãos.
Pelo contrário a previsão é de mais convivências criminosamente obsequiosas entre todos os que militam na política brasileira, de um troca-troca sem fim em busca de um bem estar entre eles, uma convivência protocolar, porém danosa, um certo welfare state exclusivo que marginaliza os que verdadeiramente pensam e tentam construir um Brasil mais rico, justo e solidário.
Não entendo mais o PT, nunca entendi a imprensa, nos últimos tempos deixei de respeitar o judiciário e não me preocupo mais, como aliás pouco me preocupei sempre, com o papel dessa oposição oportunista e falastrona que poderia contribuir muito com um projeto de Brasil grande, mas limita-se a maquinações que empacam qualquer proposta para fazer o país caminhar para frente.
Não duvido que tenha havido maquinações e ameaças escabrosas e nada recomendáveis para que o relatório da CPMI com nome de bandido chegasse ao triste fim que chegou. Uns e outros livraram suas caras e suas peles em nome de qualquer coisa, menos no nome do país e de seus cidadãos. Entre estes, eu mesmo.
Nosso querido Brasil tornou-se a Republica dos Julgamentos e das Acusações Sem Fim e, para tanto, montou-se a Junta Conciliatória das Maracutaias e o Imenso e Primordial Cartório de Registro dos Contratos de Acordos e Conchavos com endereço na Sala Um do sub solo da Esplanada.
Desculpem-me a tímida tentativa de fazer humor com coisa tão séria, mas talvez isso seja apenas um disfarce para que eu não sinta o verdadeiro peso de tudo que sinto agora inclusive da minha consciência política.
Jonas não serve de consolo mas junto-me a você para dizer sinto-me arrasada. Um abraço.
ResponderExcluirPois é Maria juntemo-nos também para levantar, sacudir a poeira e dar volta por cima...
ResponderExcluirCPMI não é apenas do PT, são vários partidos, portanto o PT não pode levar “culpa” pelo recuo. Aliás, acredito muito mais na pressão dos partidos aliados ao governo, principalmente o PMDB, que manipula todos os governos que apoia. Qual é o partido do presidente do Senado?
ResponderExcluirEntão, Aurora, todos sabemos dessa pressão constante. E o que irrita e entristece é o movimento de baixar cabeça, cada vez mais constante, e a perda de precioso espaço político e oportunidades que acompanham o gesto.
ExcluirAbraços!