19 junho, 2012

Movimentos sociais rechaçam falsas soluções da Rio+20


Do Brasil De Fato
via Prensa Latina


A articulação dos movimentos sociais para a Aliança Bolivariana para os Povos das Américas (Alba) rechaça as falsas soluções que o sistema capitalista quer impor, afirmou neste domingo (17) Manuel Bertoldi, ativista argentino e integrante da secretaria do grupo.

Bertoldi conversou com a Prensa Latina na Cúpula dos Povos, que ocorre de maneira paralela e alternativa à Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável – Rio+20, iniciada na quarta-feira (13) e que terminará na próxima sexta-feira (22).

Segundo o ativista, para sair de sua atual crise, que não é apenas econômica, mas também social, ambiental, energética e do modelo em si, o sistema capitalista busca avançar, com o novo e atraente nome de economia verde, no aprofundamento da exploração dos recursos naturais das nações em desenvolvimento.

Bertoldi disse que, com este novo falso conceito, os países ricos buscam apagar sua dívida ecológica com a humanidade e os princípios das responsabilidades comuns, diferenciadas de acordo com os níveis de desenvolvimento.

Para nós, apontou o integrante da articulação dos movimentos sociais, é mais do que uma falsa solução, porque justamente o que temos que debater é que modelos de desenvolvimento são necessários para nossa sociedade, que são os contrários ao capitalista, que tem demonstrado, como vimos com o neoliberalismo, ser incapaz de propiciar um desenvolvimento sustentável e de erradicar a pobreza.

“Desde os movimentos populares para a Alba viemos construindo alternativas como o conceito de soberania alimentar, que nos apresenta não só a problemática da fome, mas que indica como produzir alimentos, quem o tem que fazer e para quem fazê-lo”, explicou Bertoldi.

De acordo com o ativista, os movimentos sociais consideram positiva a postura de alguns governos a favor da colocação destes temas na agenda, com destaque para as nações da Alba, “a quais demonstram que é possível outro tipo de paradigma”.

Esse novo modelo, segundo ele, deve romper com os padrões de produção e consumo impostos pelo sistema capitalista, responsáveis pela deterioração ambiental e por colocar a espécie humana à beira da extinção.

“Daí entendemos que esta Cúpula dos Povos tem que servir para rearticular os movimentos sociais em luta contra a imposição das falsas soluções propostas pelas nações ricas”, disse.

Para que isto seja feito, Bertoldi propõe uma resposta similar à dada para acabar com a Área de Livre Comércio para as Américas (Alca), com a qual os Estados Unidos queriam apropriar-se e controlar o comércio e o mercado das nações da América Latina e do Caribe.

“A Cúpula dos Povos deve ser um ponto de partida para este novo combate para destruir as pretensões do capitalismo e impor um modelo de desenvolvimento autenticamente democrático e justo, que acabe com a miséria e brinde a todos os cidadãos com iguais oportunidades”, defendeu o ativista.

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