05 outubro, 2012

A pedido de Serra, polícia invade sindicato

por Claudia Motta, no SPBancários

A Folha Bancária foi censurada. Um policial militar e uma oficial de Justiça estiveram na sede do Sindicato na noite desta quinta-feira 4, além das regionais da entidade, com ordem de busca e apreensão da última edição da FB. A representação protocolada na 1ª Zona Eleitoral de São Paulo (Bela Vista – Capital) na mesma quinta-feira, foi assinada pela juíza Carla Themis Lagrotta Germano, e previa inclusive ordem de arrombamento, “se necessário”.

A censura teve origem em pedido da coligação do candidato José Serra (Avança São Paulo – PSDB, PSD, DEM, PV e PR) que solicitou o recolhimento dos exemplares da Folha Bancária, além da retirada da versão online do site. O mandado afirma que a “matéria denigre a imagem” de Serra.


Publicação apreendida/ imagem via facebook

O jornal trazia na última página reportagem que analisava as propostas e trazia o histórico dos candidatos que lideram a pesquisa à prefeitura de São Paulo: Russomano, Serra e Haddad. Também declarava o apoio da maioria da direção executiva da entidade a Fernando Haddad (PT), o único a receber e se comprometer com a Agenda da Classe Trabalhadora.

“O Sindicato tem quase 90 anos de existência e sempre lutou pela democracia e pela liberdade de expressão. Desde o ano passado estamos fazendo o debate, com os bancários, do que afeta a qualidade de vida dos trabalhadores. Além da campanha salarial e por melhores condições de trabalho, somos um sindicato cidadão se preocupa com a cidade, o estado e o país em que os trabalhadores vivem. Sabemos da importância desse debate”, afirma a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira. "Os trabalhadores têm direito a analisar as propostas dos candidatos. Pode haver divergência, mas repudiamos a censura”, ressalta a dirigente, lembrando que a FB coloca em prática o bom jornalismo. “Não denegrimos a imagem de ninguém. Só não pudemos noticiar o plano de governo de um dos candidatos que não tem seu material divulgado nos sites oficiais da campanha.”

Dados – O jornal Folha Bancária circula desde 1939, o site do Sindicato está no ar desde 2005. É a primeira vez que sofrem censura.

O advogado do Sindicato, Luiz Eduardo Greenhalgh, estranha o desrespeito com que a liminar foi cumprida no Sindicato. “Entraram. Foram recepcionados por funcionários do Sindicato e invadiram as dependências. Comportamento estranho, que não é a conduta costumeira da Justiça eleitoral de São Paulo”, afirma. “Com relação ao mérito vamos contestar e tentar suspender a busca e apreensão.”

Para o presidente da CUT, Vagner Freitas, está sendo usurpado o direito de informação dos trabalhadores. “Todos os veículos se expressam e respeitamos. Defendemos a liberdade de imprensa, o direito à livre manifestação e foi isso que colocamos em prática. É o nosso ponto de vista, podem concordar ou discordar, mas não censurar”, ressalta o dirigente.

Revista do Brasil – Esta é a terceira vez que Serra investe contra a liberdade de expressão dos trabalhadores, quando o assunto não lhe agrada. Em 2006 e 2010, duas edições da Revista do Brasil, uma que trazia o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outra com a então candidata à presidência Dilma Rousseff, foram censuradas por solicitação da coligação tucana à época daquelas eleições. A Revista do Brasil é mantida por cerca de 60 sindicatos de diversas categorias profissionais.
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No Os amigos do Presidente Lula
Há poucas horas a sede e – pelo menos uma subsede - do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, filiado a CUT, foi invadido por oficiais de justiça, acompanhados de viaturas policiais, com ordem de arrombamento – se necessário – para buscar e apreender material relacionado a campanha eleitoral, inclusive com ordem de retirada do site o posicionamento político da entidade frente as eleições municipais.

O Sindicato dos Bancários, historicamente, sempre manifestou a posição majoritária de sua direção em seus informativos, como uma forma de orientar a categoria bancária em relação ao posicionamento político de sua direção em eleição de todos os níveis. Foi assim em todas as eleições disputadas por Lula e em todas as eleições para prefeitura e governo do estado desde a retomada do Sindicato para o campo do sindicalismo combativo no final da década de 1970.

Vale lembrar que nem mesmo no período da ditadura militar o Sindicato foi invadido com acompanhamento policial e ordem de arrombamento. A justiça brasileira passa por um processo de necessária reflexão, estamos acompanhando o caso da AP 470, que faz um julgamento político, sem base nos autos do processo, que é um principio jurídico, fazendo a votação de forma a coincidir com as eleições municipais e passando na frente de dezenas de outros processos mais antigos, como o mensalão do PSDB, onde está envolvido o ex-governador mineiro Eduardo Azeredo, à época, presidente nacional do PSDB.

Vimos também a forma truculenta como o judiciário – em conjunto com a PM paulista – no caso do massacre de Pinheirinho. O caso Bancoop é outro que aparece nos anos pares (anos eleitorais) assim como o procurador José Carlos Blat, que também só aparece nos anos eleitorais, sempre procurando crucificar o PT.

Esta mesma justiça não mantém o mesmo rigor para investigar as denúncias que o livro Privataria Tucana, do jornalismo Amaury Ribeiro Junior apresenta, recheado de documentos, mostrando a lavagem de dinheiro que foi a processo de privatização das estatais e como figuras notórias, como José Serra, sua filha Verônica e outras personalidades do governo Fernando Henrique aparecem envolvidos, ou o caso Aston, Paulo Preto e tantos outros que a justiça não investiga.


No caso desta invasão no Sindicato dos Bancários mostra que a justiça chegou ao fundo do poço e fica difícil tentar justificar qualquer imparcialidade neste episódio que – repito – não assistimos nem mesmo durante o período mais truculento da ditadura militar.




O Blog do Nassif também publicou a notícia

2 comentários:

  1. O Globo de hoje já postou em primeira página uma montanha de dinheiro dizendo que seria entregue ao coordenador campanha petista à Prefeitura de Parauapebas. Daqui até domingo os principais jornais vão massacrar. Tiram alguns votos, não há dúvida, mas não a vitória geral!!!

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  2. Ano após ano... a oposição respira por aparelhos, do PIG!

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