faça com que o tempo
nunca deixe parecer sonho
o calor duplo da canção
aproveite pedaços
de Lupi, Cartola Caetano e Gil
costure fio a fio
sons de chuva
cachoeiras e ondas
é no lapso dos silêncios molhados
que a pequena morte tece a vida
Denise, 18 de dezembro de 2018
28 abril, 2019
31 março, 2019
31 de Março não se comemora
Imagem "encruzilhada" do google imagens. se houver direito autoral, favor entrar em contato |
por Denise Queiroz
Se a gente tivesse como avaliar a totalidade de consequências
de decisões que tomamos, quantas delas tomaríamos?
Hoje é 31 de março.
É um dos dias mais tristes de um país
marcado por tantas tristezas. É o dia em que há 55 anos as pessoas se viram
obrigadas a tomar decisões definitivas pras suas biografias. Alguns, cedo
demais nos parâmetros de juventude que temos hoje, se viram compelidas a
resistir. Da maneira que fosse. E muitíssimos - os números até hoje são incertos - pagaram com a própria vida por isso. Outras, por conveniência ou por algum 'espírito do mal' que já carregavam no caráter e o modelo civilizatório de até
então impedia, se transformaram (mostraram ser) em monstros.
É nos momentos limite que a humanidade ou desumanidade
aparece. Quem optou por resistir - muitos por não vislumbrarem outra possibilidade uma vez
que TUDO estava ameaçado - foi porque queria preservar a essência de
conquistas acumuladas em séculos para libertação e civilidade. Em jogo estava preservar e
enriquecer cultura, democracia, direitos humanos que pressupõe basicamente, e
da maneira mais básica e fundamental, que todos somos iguais e, portanto, temos o direito de desfrutar em
plenitude o curto período de vivência neste planeta.
Os outros, muitos cristãos, frequentadores das missas
dominicais e praticantes de caridade, passaram a combater, das formas mais bárbaras que
alguns nem conseguimos imaginar possível e, pior, com o aval do Estado, essa base fundamental que nos iguala
de forma definitiva: a essência do que é
Ser Humano.
É impossível avaliar as conseqüências totais de nossas
decisões. A única certeza que podemos ter ao tomar alguma é que se ela implica em infelicidade emocional ou física, própria ou de outros, ela é errada.
Postado por
Denise Queiroz
às
15:44
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