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por Denise Queiroz
Se a gente tivesse como avaliar a totalidade de consequências
de decisões que tomamos, quantas delas tomaríamos?
Hoje é 31 de março.
É um dos dias mais tristes de um país
marcado por tantas tristezas. É o dia em que há 55 anos as pessoas se viram
obrigadas a tomar decisões definitivas pras suas biografias. Alguns, cedo
demais nos parâmetros de juventude que temos hoje, se viram compelidas a
resistir. Da maneira que fosse. E muitíssimos - os números até hoje são incertos - pagaram com a própria vida por isso. Outras, por conveniência ou por algum 'espírito do mal' que já carregavam no caráter e o modelo civilizatório de até
então impedia, se transformaram (mostraram ser) em monstros.
É nos momentos limite que a humanidade ou desumanidade
aparece. Quem optou por resistir - muitos por não vislumbrarem outra possibilidade uma vez
que TUDO estava ameaçado - foi porque queria preservar a essência de
conquistas acumuladas em séculos para libertação e civilidade. Em jogo estava preservar e
enriquecer cultura, democracia, direitos humanos que pressupõe basicamente, e
da maneira mais básica e fundamental, que todos somos iguais e, portanto, temos o direito de desfrutar em
plenitude o curto período de vivência neste planeta.
Os outros, muitos cristãos, frequentadores das missas
dominicais e praticantes de caridade, passaram a combater, das formas mais bárbaras que
alguns nem conseguimos imaginar possível e, pior, com o aval do Estado, essa base fundamental que nos iguala
de forma definitiva: a essência do que é
Ser Humano.
É impossível avaliar as conseqüências totais de nossas
decisões. A única certeza que podemos ter ao tomar alguma é que se ela implica em infelicidade emocional ou física, própria ou de outros, ela é errada.