23 novembro, 2011

Ainda não se sabe as conseqüências do vazamento

Ainda não se pode saber quais os efeitos que o vazamento de óleo no Campo do Frade vai produzir. Em matéria de ontem, o Jornal o Globo alertava que a mancha pode chegar às praias capixabas. 


O site Skytruth, que analisa imagens de satélite, reportou também ontem que, devido à velocidade do vento, a imagem mostra uma possível dissipação do óleo, o que eles classificaram como encorajador. Mas as consequências reais da mancha, que chegou a medir mais de 43 km, ainda são uma incógnita, pois embora pela versão oficial o vazamento tenha sido contido, com certeza trará consequências para a vida marinha e quem dela vive.


Leia abaixo o post de ontem do Skytruth e logo após, a matéria da AG publicada na Gazeta online (dica de Silvia Souza no Google+)
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Derramamento de óleo da Bacia de Campos, Brasil - Dissipação?

Envisat ASAR imagem da Bacia de Campos tomadas 22 de novembro de 2011. Superfície ventos fortes demais para detectar confiavelmente manchas de óleo fino. Manchas brilhantes são navios e plataformas de petróleo. Imagem cedida pela Agência Espacial Europeia.


A imagem de radar de satélite da Bacia de Campos, Envisat ASAR hoje, que abrange o local do derramamento de petróleo Chevron / Transocean, não mostra nenhum sinal de uma mancha de óleo. A foto foi tirada por volta das 9:30 da manhã, horário local. No entanto, a velocidade do vento foi bastante forte na área no momento. De acordo com o satélite de dados escaterômetro recolhidos pelo sistema ASCAT, ventos de superfície estavam soprando a 15-25 nós (8-13 metros por segundo). Esta velocidade é forte o suficiente para "esconder' manchas de óleo muito fina (a velocidade do vento ideal para a detecção de manchas em imagens de radar é de cerca de 3-10 metros por segundo):
Velocidade de superfície e direção do vento derivada de dados escaterômetro ASCAT em quase o mesmo tempo que o viaduto 22 de novembro de satélite radar
Por isso, é possível que manchas de óleo muito fina permaneçam na área, mas é encorajador que nós não vejamos sinais de óleo grosso.
Uma imagem ASAR tomada em 11 de novembro em condições mais favoráveis ​​de vento (5-8 metros / seg) mostra claramente uma mancha de 20 milhas (32,186 km) de extensão próximo ao local de origem do vazamento:

Envisat ASAR imagem tomadas 11 de novembro de 2011. INPE Imagem cortesia

E esta imagem de radar tomada em 14 de novembro mostra uma mancha de 27 milhas (43.4511 km) de extensão. Na superfície do mar, a velocidade do vento medida foi favorável pela manhã, mas excessiva (13-15 metros / seg) à noite, então partes da mancha pode não ser visível na imagem:

Envisat ASAR imagem tomadas 14 de novembro de 2011. INPE Imagem cortesia 


Estamos cautelosamente otimistas de que esse vazamento tem sido mantida sob controle. Estamos esperando por algumas imagens de radar nos próximos dias, tirada sob condições de vento moderado. Vamos atualizá-lo à medida em que houver mais imagens.

Óleo que vazou no Rio ameaça nossas praias
Ibama alerta que mancha pode chegar às praias capixabas

Gazetaonline - 22/11/2011 - 21h08

O óleo derramado pela Chevron no campo de Frade, na Bacia de Campos, pode chegar às praias do Rio, sobretudo Búzios e Angra, e também do Espírito Santo e São Paulo (Ubatuba) dentro de duas semanas. O alerta foi dado por técnicos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, (Ibama) e do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) em reunião com o secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc.

"Cerca de dois terços de todo o óleo derramado, sobretudo aquele mais grosso, ainda está abaixo do espelho d'água. Esse óleo vai passando por processo físicoquímico e vira pelotas que vão acabar nas praias", disse Minc.

Ele acrescentou que tudo vai depender agora das condições climáticas para determinar o tempo que essas "bolas de piche" vão levar para chegar nas praias. Ao comentar o acidente da Chevron, o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, disse que o vazamento de petróleo ocorrido na Bacia de Campos é um problema que atinge toda a indústria do setor.

"Entendemos que esse problema não atinge só a empresa que tem o acidente. Ela atinge a indústria como um todo e atinge a sociedade. Então, nós estamos comprometidos com o conjunto de ações. Agora, não posso falar sobre casos específicos", afirmou.
foto: Agência O Globo
Mancha de petrÃ?leo no vazamento de plataforma no Rio de Janeiro - Editoria: Economia AG - Foto: Agência O Globo
A mancha de de óleo no campo de Frade pode chegar ao Estado
A mancha de petróleo derramado na Bacia de Campos diminuiu e continua se afastando do litoral, mas o vazamento de petróleo ainda persiste, informou ontem a Agência Nacional de Petróleo (ANP) em comunicado. 

Conforme a agência, a área da mancha diminuiu de 12 km2, no último dia 18, para 2 km2 na segunda-feira, segundo "observação visual" dos técnicos. Estima-se que tenha atualmente 6 km de extensão. Vídeo submarino feito pelo ROV (sigla em inglês para veículo operado remotamente), divulgado pela ANP, mostra que ainda há um ponto com pequeno fluxo de vazamento. Mas, segundo a agência, a fonte "primária" de vazamento foi controlada. 

R$ 260 milhões em multas

As duas autuações que serão feitas pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) e Ibama podem obrigar a empresa a pagar até R$ 100 milhões (R$ 50 milhões por cada infração). Então, pode chegar a R$ 260 milhões o total de multas, indenizações e compensações ambientais que a Chevron Brasil terá de pagar pelo acidente no Campo de Frade, na Bacia de Campos. 

Esse valor inclui multa já aplicada pelo Ibama (R$ 50 milhões) e a possibilidade de uma nova autuação em R$ 10 milhões, autuações da Agência Nacional do Petróleo (R$ 100 milhões) e do governo do Estado do Rio (mais R$ 100 milhões). Segundo a ANP, a petrolífera americana mentiu, ocultando informações e imagens sobre o vazamento de petróleo iniciado há 15 dias, e poderá ser proibida de operar no país. A Chevron disse ter recebido as autuações e que estuda o assunto para decidir que medidas tomar. 

foto: Editoria de Arte de A Gazeta
Vazamento na bacia de campos no poço da chevron, infográfico
ONG americana divulga análisesA ONG americana SkyTruth, que usa imagens de satélites para monitorar acidentes ambientais, divulgou ontem em seu site novas análises sobre a região afetada pelo vazamento de óleo no Campo de Frade, na costa fluminense. Segundo a ONG, novas imagens de satélite cedidas pela Agência Espacial Europeia tiradas na manhã desta terça-feira não mostram mais os sinais da mancha de óleo provocada pelo acidente da Chevron que havia sido detectada em imagens da Nasa no último dia 12. 

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