19 junho, 2013

Um caldeirão de qualquer coisa

por Denise Queiroz



O que está nas ruas afinal? É a redução das passagens, é um Estado mais presente, dizemos. São os gritos de peraí, elegemos um governo capitaneado pela esquerda e queremos avanços. Não queremos os afifs, os cesar borges, os eliseos padilhas, as katias abreus e os felicianos dando pitacos, nem pagando os garçons na nossa festa. Queremos demarcações, reforma agrária, saúde e muita, muita, muita educação. Queremos o marco regulatório das comunicações, porque assim não dá mais. Avanços, avanços e avanços, pois temos pressa.

Isso sim está nas ruas, o problema é que nem só isso. Estão os vídeos, as páginas da extrema direita, os bolsonaros.

Esse ingrediente mofado que serve para dar consistência a alguma massa, não pode ser desprezado. Assistimos ontem ao vivo do que ele é capaz. Rodrigo Vianna o sentiu na Praça da Sé. É o discurso embutido, trabalhado - e absorvido - há anos pelas novelas, pelos programas policialescos, pelos colunistas das vejas da vida, personificado pelos freqüentadores dos shoppings, dos caríssimos estádios de futebol.

Se há uma periferia onde 20 centavos fazem muitíssima diferença sim na hora do jantar, há outra faceta deste país que entende que o porteiro ter carro e filhos na universidade é uma afronta. Essa gente não quer redução na passagem e está articulando não uma vaia, mas virar de costas (para o gramado e as câmeras da Globo) quando o Hino Nacional for tocado nos estádios, esses caríssimos que só eles podem entrar - e que para serem construídos, aqueles onde 20 centavos fazem diferença, foram ‘exilados’ em periferias onde o somatório do dia pode significar 80 centavos. Os que viram de costas, como sempre fizeram, encontram nos estádios a visibilidade que não conseguem nos shoppings e estão dizendo que este país não os representa. E não haverá tropa de choque para jogar gás nem vinagre, que poderia tirar o mofo dessas idéias.

E a rua é de todos, sempre dissemos isso, pregamos, conclamamos, usamos. Mas não saímos, não fomos, não tomamos um espaço que sempre foi nosso, da esquerda libertária que quer sim que haja desenvolvimento e que o filho - e depois o neto - do porteiro tenha orgulho em dizer que seu pai é porteiro ou faxineiro e que trabalhou duro e valeu a pena porque estamos mudando o país. Mas não tomamos a rua. Nossas bandeiras abandonadas provisoriamente em 2002 nos armários deveriam ter sido arejadas em 2005... Agora criaram mofo e precisaremos muito vinagre para que essa parte do caldo que está no fogo não intoxique as próximas gerações.

2 comentários:

  1. Denise:

    Totalmente de acuerdo con lo escrito, deben pasar a otra etapa necesariamente. Gracias por tus comentarios en mi blog. Saludos

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  2. Saudações Denise

    Prefácio

    Pra não dizer que não falei das flores

    Caminhando e cantando, E seguindo a canção,Somos todos iguais,Braços dados ou não,Nas escolas, nas ruas,campos, construções,Caminhando e cantando,E seguindo a canção....

    Vamos aos Fatos agora...

    Muitas manifestações por quase todos estados brasileiros ,sabemos que existe manipulação e distorção de muitas informações ,isso acontece há tempos ,um exemplo é a epoca da ditadura ,repressaõ a qualquer tipo atitude e ato represente a liberdade

    O povo brasileiro está cansado de mentiras e falsas promessas ,politicos descaradamente colocaram o dinheiro roubado na cueca ,valerioduto,mensalão,anões do orçamento, e o senhor Nicolau dos Santos Neto popularmente conhecido como Lalau após o desvio de recursos, ocorrido de 1994 a 1998,poderia citar aqui inumeros escandalos da corrupção ,sem esquecer é claro os motivos do impeachment de Fernando Collor

    No Brasil, a primeira constituição a consagrar a CPI foi a Constituição de 1934, mas somente para a Câmara dos Deputados , foram muitas aos longos dos anos e tudo terminou em Pizza ,sem condenar

    Hoje dia 19/06 ãs 7;30hs assistindo uma resportagem feita em Brasilia ,dizia que a ministra Gleisi Hoffmann Casa Civil diz não ser possível calcular redução em tarifa Desde janeiro, o governo desonerou a folha de pagamento das empresas de transporte coletivo, abrindo mão de 3,58% de arrecadação. Em 31 de maio, por meio da Medida Provisória 617/2013, o governo passou a isentar de PIS/Cofins os serviços de transporte coletivo rodoviário, metroviário e ferroviário, medida que, segundo o governo, representou mais de 3,65% de perda de arrecadação

    Como pode esse fato está definido em Janeiro e so agora o Governo resolve conceder notas a imprensa sobre o fato em questão , alternativas , jogo de gato e rato ? mentiras ? ou governo pensa que tem povo nas mãos ?

    Brasil, teu nome é desperdício: custos das obras da Copa já ultrapassam 23 bilhões de reais ,incluindo é claro as obras subfaturadas ,

    Quantas poderia ser construi com esse dinheiro ? creches ? saneamento basico? lazer ? estradas e rodovias? transporte? hospitais ? ambulancias ? viaturas de policia ?

    O Brasil está em desordem a muito tempo ,não estamos longe de uma GUERRA CIVIL


    Pra não dizer que não falei das flores......

    Aldo -SP
    https://twitter.com/Aldo_Management

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