por Willian Fagiolo
Já adivinhou né? Lembrou-se? Tarzan of The Apes (Tarzan dos Macacos).
Edgar Rice Burroughs, o genial autor de Tarzan, nasceu na cidade americana de Chicago, em 1875, e só foi escrever sua obra prima aos 37 anos, vendendo-a por modestíssimos US$ 700.
Sua vida, nada fácil. Para sobreviver teve que se alistar no exército. Se bem que não em qualquer regimento, mas na 7th U.S. Cavalry in Arizona, aquela do General Custer. Logo saiu. Trabalhou na Sears. Também não deu certo. Em seguida, de fracasso em fracasso, teve que penhorar as joias da mulher para poder comprar comida.
A história de Tarzan todo mundo sabe. Após a morte de seus pais em um acidente de avião em plena selva, o sobrevivente “Tarzan”, ainda bebezinho, é adotado por um grupo de macacos, na África do século XIX. O formidável é que Burroughs nunca foi à África, nunca pisou na selva. Sua obra foi o resultado da mais pura imaginação, inspiração, criatividade, talento. Vitória de neurônios sobre tutanos. Escreveu 24 livros sobre o Rei das Selvas. Com efeito, não é exagero considerar Tarzan o mais célebre herói de ficção do século passado, ultrapassando em popularidade outros heróis igualmente famosos, tais como Mickey Mouse, Super Homem, Flash Gordon, Mandrake, Fantasma, Príncipe Valente, entre tantos.
Admiravelmente genial, Burroughs, para dar credibilidade a sua história, criou sua própria espécie de símios, os MANGANI, inventando para eles uma “linguagem rudimentar”. Na verdade, seleta linguística, muitos estudos sobre fonética, semântica, semiótica. O próprio nome Tarzan significa neste apatacado (em minha modesta opinião) idioma dos macacos: "Pele Branca".
Não tire conclusões apressadas, tsk, tsk, tsk. Bundolo não é o cara que nasceu na tribo dos Bundomoles, não senhor e senhora, meus jovens! Eu estudei a complexa língua dos Manganis.
A frase mais famosa da língua Mangani, talvez por ser a mais repetida, é "Kreeg-ah! Bundolo" (adaptada no Brasil como Bandolo), que pode ser traduzida como: Perigo! Matar! Cuidado! Matar! Ou ainda: Perigo! Inimigo!
Na onda de Burroughs navegaram, de corpo e alma, o linguista Marc Okrand, que criou o idioma KLINGON para a megasérie “STAR TREK”, que maravilhou fãs do mundo todo, e o escritor J.R.R. Tolkien, professor em Oxford, que em 1954 e 1955 elaborou mais de quinze idiomas para as civilizações que aparecem em “O SENHOR DOS ANÉIS”.
Sabe cumequié, gênio atrai gênio. Harold Foster foi o primeiro desenhista de Tarzan, sendo sucedido por outro monstro sagrado dos quadrinhos, Burne Hogarth. Lendas! Qualquer dia desses posso tentar escrever sobre eles. Passei muitos dias e noites tentando desenhar alguma coisa parecida com o que faziam. Esqueçam.
O cinema não fez jus a Tarzan. Os desenhos de Hogarth e Foster sim. Que fique entre nós.
Falando em Tarzan, o que eu queria mesmo, antes de submergir nos abençoados gibis da minha infância, era falar da Lei-da-Selva que impera nos dias de hoje. Minha mãe, dona Alice, dizia que “as boas ações dificilmente saem de nossas casas, entretanto, as más viajam milhares e milhares de quilômetros”.
Notícias ruins? Futricas? Badamecos? Todos ficam sabendo em segundos.
Dá-lhes sal grosso!
Então, como eu ia dizendo: Lei-da-Selva...
Os seres vivos que se alimentam de outra espécie tem um nome: PREDADORES.
Os seres vivos que causam algum prejuízo às plantações, predando ou parasitando-as também tem nome: PRAGA.
A cadeia alimentar é um dos mecanismos que regula o número de indivíduos de uma dada população e, caso ocorra um desarranjo em qualquer um de seus elos, o sistema entra em desequilíbrio.
As serpentes, por exemplo, têm um papel significativo neste equilíbrio. Muitas delas alimentam-se de pequenos mamíferos, como os ratos, evitando que estes se tornem pragas. Sendo assim, é de fundamental importância mantê-las em seu ambiente, desempenhando seu papel de controle populacional. Você sabia que tanto a jiboia, que não é peçonhenta, como a jararaca, que é peçonhenta, alimentam-se de pequenos roedores? Em muitas fazendas, onde as serpentes foram eliminadas pelos moradores, as plantações são prejudicadas pelo excesso de ratos. Pois é. Esse perigoso desequilíbrio está atingindo nossas sociedades. Digo sociedade de seres humanos.
Numa mundo onde os empregos e as oportunidades escasseiam, dia após dia, o instinto selvagem acaba prevalecendo. Homem devorando homem. Na pré-história o homem estava entre as criaturas mais frágeis da natureza (mais para caça do que para caçador), sendo por isso forçado a desenvolver habilidades para sua sobrevivência, o que o levou à criação de utensílios, armas e, posteriormente, de sistemas sociais. O jogo da sobrevivência, da escassez, da falta de criatividade, do imobilismo, joga às favas tudo quanto se refere à dignidade, consideração, respeito e sentimento. Ou seja, espezinha o que há de mais sagrado em cada um: a humanidade.
A miséria e a violência, nas suas várias acepções, jorram livremente por todos os cantos. Rastejando por debaixo da mesa, os predadores, aos bandos, à espera que alguma migalha lhes precipite, se destroçam uns aos outros por alguns bagaços, por alguns restolhos.
Os comparsas do Leviatã, em exuberantes fotos digitais coloridas, achincalham-se com o deprimente espetáculo. Argh!!!
Em tempo, lembrei-me de Marina Silva. Veio da selva como Tarzan. Não é? Tenta encontrar uma nova linguagem. Mas acho que ela deveria esquecer essa história de nova linguagem. Nova linguagem é incompreensível para quem quer comida, trabalhar, se divertir, acreditar em alguma coisa e voltar para casa em paz!
Falando em Tarzan, o que eu queria mesmo, antes de submergir nos abençoados gibis da minha infância, era falar da Lei-da-Selva que impera nos dias de hoje. Minha mãe, dona Alice, dizia que “as boas ações dificilmente saem de nossas casas, entretanto, as más viajam milhares e milhares de quilômetros”.
Notícias ruins? Futricas? Badamecos? Todos ficam sabendo em segundos.
Dá-lhes sal grosso!
Então, como eu ia dizendo: Lei-da-Selva...
Os seres vivos que se alimentam de outra espécie tem um nome: PREDADORES.
Os seres vivos que causam algum prejuízo às plantações, predando ou parasitando-as também tem nome: PRAGA.
A cadeia alimentar é um dos mecanismos que regula o número de indivíduos de uma dada população e, caso ocorra um desarranjo em qualquer um de seus elos, o sistema entra em desequilíbrio.
As serpentes, por exemplo, têm um papel significativo neste equilíbrio. Muitas delas alimentam-se de pequenos mamíferos, como os ratos, evitando que estes se tornem pragas. Sendo assim, é de fundamental importância mantê-las em seu ambiente, desempenhando seu papel de controle populacional. Você sabia que tanto a jiboia, que não é peçonhenta, como a jararaca, que é peçonhenta, alimentam-se de pequenos roedores? Em muitas fazendas, onde as serpentes foram eliminadas pelos moradores, as plantações são prejudicadas pelo excesso de ratos. Pois é. Esse perigoso desequilíbrio está atingindo nossas sociedades. Digo sociedade de seres humanos.
Numa mundo onde os empregos e as oportunidades escasseiam, dia após dia, o instinto selvagem acaba prevalecendo. Homem devorando homem. Na pré-história o homem estava entre as criaturas mais frágeis da natureza (mais para caça do que para caçador), sendo por isso forçado a desenvolver habilidades para sua sobrevivência, o que o levou à criação de utensílios, armas e, posteriormente, de sistemas sociais. O jogo da sobrevivência, da escassez, da falta de criatividade, do imobilismo, joga às favas tudo quanto se refere à dignidade, consideração, respeito e sentimento. Ou seja, espezinha o que há de mais sagrado em cada um: a humanidade.
A miséria e a violência, nas suas várias acepções, jorram livremente por todos os cantos. Rastejando por debaixo da mesa, os predadores, aos bandos, à espera que alguma migalha lhes precipite, se destroçam uns aos outros por alguns bagaços, por alguns restolhos.
Os comparsas do Leviatã, em exuberantes fotos digitais coloridas, achincalham-se com o deprimente espetáculo. Argh!!!
Em tempo, lembrei-me de Marina Silva. Veio da selva como Tarzan. Não é? Tenta encontrar uma nova linguagem. Mas acho que ela deveria esquecer essa história de nova linguagem. Nova linguagem é incompreensível para quem quer comida, trabalhar, se divertir, acreditar em alguma coisa e voltar para casa em paz!
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