A seguir uma lista de expressões que vem sendo usadas nas redes sociais pelos governistas. A luta é pela sedução dos incautos que contestam esta maravilhosa gestão, para que voltem a apoiar o governo. E também para desmentir esses boatos de crise que o PT e partidos da base enfrentam. Claro que essa crise é pura invenção, mas pelo sim, pelo não, você tem que saber como defender o governo dos pobres e iluminar a mente dos desinformados. Pode parecer estranho, mas muita gente não entende que estamos sendo vítimas de uma enorme e bem elaborada conspiração da CIA. O que queremos é menos ódio e mais democracia. Portanto, use e abuse dos seguintes termos.
1 – Coxinha : qualquer pessoa que usa roupa e adereços da moda e discorde de qualquer coisa que venha do governo. Se insinuar que uma vírgula está mal colocada num texto, que o brinco da presida não ornou, que tal postura não é correta, não tenha dúvidas: você está diante de um coxinha, portanto desinformado. Coloque-o no seu lugar. Chame-o de coxinha e mande se informar. Lembre de mandar links com textos de reconhecidos blogueiros progressistas.
2 – Reaça: se você imaginou aquele velhinho conservador arenista e resmungão diante de qualquer mudança, você parou no tempo. Reaça é aquele coxinha que ousa fazer alguma crítica ao governo, a algum político, jornalista, acadêmico ou blogueiro governista . ‘mas eu milito no movimento lgbtt...’ Reaça. ‘Sempre gostei de ler x, mas desta vez perdeu a mão.’ REAÇA. "Concordo que tal coisa tenha que ser resolvida, mas discordo dessa proposta... " REAÇA. "A corrupção ..." Coxinha REAÇA.
3 – Psolista : qualquer crítica ao governo ‘pela esquerda’. Termo um pouco em desuso desde as eleições de 2014, mas desconfie de posicionamentos a favor de greves, de movimentos populares independentes como o MPL e blocos de lutas, estado laico, energias alternativas, críticas aos homens de deus, se chamar os grande produtores agrícolas de ruralistas, criticar a cooptação das centrais sindicais, designar privatizações as concessões ou transferência de ativos etc. Diante disto, tasque logo um 'coxinha reaça e PSOLISTA'. A pessoa imediatamente vai concordar com você e pedir desculpas pelos equívocos.
4 - Golpista: qualquer um que leia qualquer portal ou colunista da grande mídia, o pig (Partido da Imprensa Golpista). A imprensa é golpista, a mídia é golpista, os atores (com exceção do Zé e mais uns 3 ou 4 que apoiam o governo) são golpistas. Os apresentadores são golpistas e têm o poder de transformar qualquer um que os assista ou leia em golpistas. É impressionante o poder da mídia hegemônica e de quem nela trabalha. São uma espécie de semi-deuses que transformam todo um país (que não votou na Dilma ou que votou e se arrependeu ainda antes da posse diante dos belíssimos e necessários ajustes anunciados) em golpistas. Ao ligar a TV (com excessão da TV do querido Edir Macedo, que deu uma pisadinha na bola ao cobrir o 15M, mas o Falcão entende que ele queria competir pela audiência) você recebe automaticamente um raio golpitizador. Cuidado. Se alguém compartilhar qualquer notícia vinda dos portalões, chame a atenção e comente: isso é coisa de coxinha, reaça, psolista e GOLPISTA.
5 - Elite: conforme os parâmetros seríssimos e completamente afinados com nossa linda realidade paradisíaca, classe média é quem ganha entre 291 e 1.019 reais (dados de 2013). Se a pessoa ganha o suficiente para pagar sua conta de luz, almoçar, jantar, morar em algum lugar, pagar todas as taxas e impostos decorrentes disso e do uso do seu carro, desconfie. Provavelemente você está diante de uma pessoa da elite. Mas, observe. Se ela vive bem mas vota no governo e publica na TL textão do Emir, do PHA, do Nassif ou qualquer outro ‘comunicador independente' ou se comunica com eles nas redes, não é elite. Aí é classe média esclarecida, e você não tem nada que publicar ou comentar as publicações dela.
É complicado explicar este verbete, porque com a ascensão e inclusão promovidas pelo nosso ilibado governo, ficou difícil distinguir, mas funciona mais ou menos assim: seu vizinho de porta que comprou o apê no lançamento e mobiliou casualmente na mesma loja que você, funcionário público, aquele que tem o gatinho e que te ajudou a tirar as compras do elevador outro dia, defende cotas para as universidades, faz excelente trabalho de conscientização dos vizinhos sobre lixo, ecologia, participa das reuniões e mutirões no bairro. Fique atento pois ele pode ser elite. Se ele nem foi à manifestação do dia 15, mas seguidamente você ouve batidas de panelas vindas da casa dele na hora do Jornal Nacional não tenha dúvidas. Ele é elite, a pior das elites, aliás. “mas ele não era legal, o seu vizinho de porta? Ah, é, mas ele é elite, assina o Estadão (ou qualquer outro grande jornal) golpista de primeira hora. E ele tem camiseta da seleção brasileira! Eu deveria ter desconfiado quando uma vez criticou o atendimento que o porteiro (a faxineira ou conhecidos do interior) recebeu no SUS. Um coxinha, reaça, golpista. Até a greve dos caminhoneiros ele apoiou. É aquela elite coxinha golpista reaça meio psolista, entende?"
Esses são perigosíssimos. espalhe na vizinhança que é um coxinha reaça da elite golpista até que ninguém mais lhe dirija a palavra. Esse tipo de gente não merece todos os enormes benefícios de viver em paz e deve ser isolado até que volte à realidade.
Além desses, você poderá usar estes argumentos inconstestáveis:
Aecista ou tucano: se usar algum argumento que por acaso Aécio (ou qualquer outro que apoiou Aécio em 2014, mesmo que só no segundo turno) usou num debate ou programa de TV. Informe-se bem. Entre no youtube e veja o quanto nossa querida coração valente foi superior a todos os outros nos debates e use e abuse do argumento aecista ou tucano. Claro, quem contesta essa verdade são nada mais que reaças coxinhas golpistas e de elite.
Marinista: se criticar o excelente programa energético e insinuar que o desenvolvimento a qualquer custo prejudica o meio-ambiente, populações tradicionais, etc, certamente é uma pessoa que não preza a vida e o trabalho. E lembre-se sempre que, ao contrário da Dilma que tem um socialista como ministro da Fazenda, a Marina ia nomear o Giannetti (o Gianetti) para tirar o leite da mesa das crianças. Óbvio que alguém que defenda esses argumento é um marinista coxinha, reaça, meio psolista da elite ressentida e traíra.
Se depois disso a pessoa insistir em criticar, não lhe restará alternativa, pois claramente ela optou pelo ódio e não ama a democracia. Inspire-se naquele antigo militante trabalhador que compareceu à manifestação dos trabalhadores em São Paulo dia 13. Levante a plaquinha da foto abaixo. Mande o coxinha reaça psolista golpista e elitista pra Miami. Esse está perdido e é um traíra convicto. E aqui não queremos traíras.
PS este post é uma ironia (sempre bom avisar)
PS 2 sobre algumas notícias sobre a comunicação que estão saindo na imprensa, recomendo excelente post do @BrunoCava
Finalmente, em 2016, o Brasil se aproxima novamente do decoro:
ResponderExcluirUM MOMENTO, APENAS UM!, SUI GENERIS. EIS:
Em 2016 houve fato fabuloso sim, apesar de Vanessa Grazziotin falar que não, dessa forma assim:
"O ano de 2016 é, sem dúvida, daqueles que dificilmente será esquecido. Ficará marcado na história pelos acontecimentos negativos ocorridos no Brasil e no mundo. Esse é o sentimento das pessoas", diz Grazziotin.
Mas, por outro lado, nem que seja apenas 1 fato positivo houve sim! É claro! Mesmo que seja, somente e só, um ato notável, de êxito. Extraordinário. Onde a sociedade se mostrou. Divino. Que ficará na história para sempre, para o início de um horizonte progressista do Brasil, na vida cultural, na artística, na esfera política, e na econômica.
Que jamais será esquecido tal nascer dos anos a partir de 2016, apontando para frente. Ano em orientação à alta-cultura. Acontecimento esse verdadeiramente um marco histórico prodigioso. Tal ação acorrida em 2016 ocasionou o triunfo sobre a incompetência. Incrementando sim o Brasil em direção a modernidade, a reformas e mudanças positivas e progressistas. Enfim: admirável.
Qual foi, afinal, essa ação sui-generis?
Tal fato luminoso foi o:
-- «Tchau querida!»
[O "Coração Valente", de João Santana"].
Eis aí um momento progressista, no ano de 2016. Sem PeTê.
Feliz 2017.