13 outubro, 2011

Ainda sem resposta pedido de prisão de Bush



 As autoridades do Canadá ainda não responderam oficialmente ao apelo da organização não governamental (ONG) Anistia Internacional, que pediu a prisão e a abertura de um processo judicial contra o ex-presidente dos Estados Unidos George W. Bush (2001-2009).

A denúncia provavelmente não resulte na detenção de Bush, vista a declaração do ministro de imigração canadense, Jason Kennedy, publicada pelo portal Terra : “Anistia Internacional (AI) recolhe casos seletivos, para se fazer conhecer sobre a base de uma ideologia. Esse tipo de truque ajuda a explicar por que tantos respeitáveis advogados de Direitos Humanos abandonaram AI”. 


O ministro, para justificar sua declaração, lembrou que no passado AI pediu a detenção do líder cubano Fidel Castro “a organização disse que o governante encabeçou detenções arbitrárias e processos criminais”. 

No próximo dia 20, Bush estará no Canadá. Para a organização, o ex-presidente norte-americano deve ser responsabilizado por vários crimes cometidos contra o direito internacional, como torturas e violações.
O pedido, por escrito, foi encaminhado às autoridades canadenses. A diretora da Anistia Internacional para as Américas, Susan Lee, ressaltou que há evidências de tortura e vários crimes de violações que transgridem o direito internacional, cometidos com autorização de Bush na prisão militar em Guantánamo (território americano em Cuba), no Afeganistão e no Iraque.

“Como as autoridades dos Estados Unidos não levaram à Justiça, até o momento, o ex-presidente Bush, a comunidade internacional deve intervir. Se o Canadá se abstiver de agir durante a sua visita, isso irá constituir uma violação da Convenção das Nações Unidas contra a Tortura e será uma manifestação de desprezo em face dos direitos humanos fundamentais”, declarou Susan Lee, diretora da AI para a região das Américas.
“O Canadá deve cumprir suas obrigações internacionais e prender e processar judicialmente o ex-presidente Bush por sua responsabilidade em crimes contra o direito internacional, incluindo tortura”, disse Susan Lee.
Para a organização da Anistia Internacional, as acusações estão relacionados ao programa desenvolvido pelo serviço secreto dos Estados Unidos (cuja sigla em inglês é CIA) no período de de 2002 a 2009, envolvendo tortura e tratamentos cruéis, desumanos e degradantes. A Anistia Internacional diz que Bush foi o responsável pela autorização do uso de “técnicas reforçadas de interrogatório”, incluindo simulação de afogamento.
"O Canadá tem sido um líder nos esforços para fortalecer o sistema de Justiça internacional e deve agora demonstrar que quando se trata de responsabilização por violações de direitos humanos, ninguém nem país algum está acima da lei”, disse Susan Lee.

Situação semelhante ocorreu em fevereiro quando ele cancelou visita à Genebra  diante da ameaça de processo movido pela Human Rights Watch e International Federation of Human Rights  junto às autoridades suíças, com 2.500 páginas relatando todas as infrações aos Direitos Humanos de Bush no exercício do cargo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Web Analytics