Versão de Sergio Pecci
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Manifestante presa dia 1/10/2011 na Ponte do Brooklyn |
Além de Michael Moore e Naomi Klein, o filósofo marxista esloveno Slavoj Zizek juntou-se ao #OccupyWallStreet no último domingo quando falou, usando microfone humano, por cerca de uma hora aos manifestantes sobre a importância do movimento e, como sempre, provocando.
Afirmou sermos testemunhas oculares de um processo de auto-destruição do sistema que, nos moldes em que se desenvolveu, oprimiu a capacidade humana de sonhar.
Zizek provocou os manifestantes a encararem o Tea Party como um movimento irmão: "eles podem ser estúpidos, mas não olhe para eles como um inimigo"; sugerindo assim que a extrema-direita pode ser o principal parceiro na destruição do capitalismo.
Alertou a todos para que não sucumbam à excitação do imediatismo, e sim que mantenham os olhos voltados para a possibilidade de uma verdadeira mudança social. Disse também que não quer que, daqui há uns anos se olhe para este movimento e se pense nele apenas como um movimento festivo e alentado por jovens sonhadores, e sim nas reais mudanças que ele pode catalisar.
O filósofo salientou que "não vivemos da melhor maneira possível", criticando o modo de vida americano e lembrando, dessa forma, que existe um longo caminho a ser trilhado para encontrarmos as alternativas possíveis de outra realidade. "Nós sabemos o que não queremos, mas sabemos realmente o que queremos ? "
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Parte 2
Parte 3
O pronunciamento traduzido foi postado na Carta Maior
Aqui a versão do Viceland
O filósofo esloveno Slavoj Zizek é a última de uma longa lista de celebridades a manifestar-se publicamente a favor do movimento Occupy Wall Street. Conhecido pelas suas opiniões políticas ácidas e originais, Zizek discursou brevemente sobre a relação condenada entre o capitalismo e a democracia, bem como sobre a ligação particular entre ciência e justiça social.
“Por um lado, na tecnologia e na sexualidade, tudo parece possível”, disse Zizek através de um megafone cedido pelos manifestantes, “mas quando olhamos para a realidade social e económica quase tudo está preso numa retórica de impossibilidades”. E continuou dizendo que temos os dildos mais sofisticados de sempre e estamos, para o bem e para o mal, a caminhar para a imortalidade, mas, ao mesmo tempo, aqueles que detêm o poder dizem-nos que taxar os ricos, criar emprego e manter o sistema nacional de saúde é impossível porque isso seria comunista e o comunismo é mau.
Zizek defende que os comunistas mais implacáveis na China são, na verdade, os capitalistas mais implacáveis. A única diferença entre nós e eles, diz Zizek, é que os chineses perceberam, para que o capitalismo pudesse triunfar, que as ideias democráticas de liberdade e igualdade teriam que ser, pura e simplesmente, retiradas da equação — é para aí que parecemos caminhar. “Só somos comunistas no sentido em que nos preocupamos pelo bem comum”, diz Zizek em referência aos membros do movimento de justiça social que está agora a expandir-se para outras cidades por todos os EUA. “O comunismo falhou rotundamente, mas os problemas das pessoas ainda existem”, rematou.
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