21 outubro, 2011

MST e #OccupyWallStreet por um novo mundo

Por Janaina Stronzake
De Nova York/Estados Unidos

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Em setembro de 2011, alguns jovens tiveram a idéia de acampar em Wall Street, uma rua de Nova York, famosa por abrigar as maiores corporações financeiras do mundo, para exigir que os financistas devolvam o que haviam roubado.

Eles não receberam muita atenção. E uns dias depois, a polícia tentou despejá-los. Foi quando os holofotes se voltaram ao grupo e então já era uma multidão de caras e vozes ocupando a praça.

Com a convocatória mundial para ocupações no dia 15 de outubro, vem um novo fôlego, com sindicatos e grupos organizados se juntando à ocupação. Talvez o “Occuppy Wall Street” não seja a maior ocupação do mundo, não tenha mais pessoas, talvez não seja a mais organizada. Mas é a que está no coração financeiro do capitalismo. 



Arquivo do MST

Na praça está proibido o uso de microfones. Quando alguém fala à assembleia, as palavras vão sendo repetidas pela multidão.

Quando o MST levou sua solidariedade ao povo mobilizado em Wall Street, centenas de vozes repetiram, com os punhos levantados: “ocupar, resistir e produzir”.

De certa forma, é esse o compromisso do MST e de todos os que ocupam Nova York: ocupar o mundo, resistir coletivamente e produzir outra cultura e um outro mundo.

Ali na praça, a voz é aberta. De um lado, um grupo de asiáticos e asiáticas batem tambores e parecem rezar. Do outro, tambores africanos ressoam durante todo o dia. À esquerda, dois homens distribuem panfletos enquanto entoam sem parar “ajuda para as pequenas empresas”. Mímicos, jornalistas, hippies, estudantes, desempregadas... Alguns descansam, outros fazem reuniões. E a cozinha coletiva no meio de tudo.

Há quem está ali porque deseja mais empregos. Há quem queira parar a onda neoliberal. Todas e todos querem o fim do capitalismo, por meio da quebra do mercado financeiro. Ouvimos um homem de mais ou menos 40 anos dizer “estou aqui porque não posso olhar meus filhos e dizer que não lutei”.

Ainda não se sabe exatamente o rumo que as ocupações, que se multiplicam por outras cidades nos Estados Unidos e no mundo, vão tomar. Uma assembleia soberana decidirá em algum momento esse rumo. Por enquanto, expressões diversas vão galvanizando desejos de um outro mundo.


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