02 outubro, 2011

Onde dormem as crianças

Dica do @cidoli


James Mollison nasceu no Quênia em 1973 e cresceu na Inglaterra. Depois de estudar arte e design na Universidade de Oxford Brookes, cinema e fotografia em Newport School of Art and Design, ele se mudou para a Itália para trabalhar no laboratório criativo da fábrica da Benetton.
James Mollison viajou ao redor do mundo e decidiu criar
uma série de fotografias mostrando os quartos infantis
que foi enfim compilada em um livro, Onde Dormem as Crianças
Cada par de fotografias é acompanhada por uma legenda que conta a história da criança. O projeto tornou-se uma referência de pensamento crítico sobre a pobreza e a riqueza, sobre a relação da criança com a sua realidade.




Lamine, 12 anos






Vive no Senegal. As camas são básicas, apoiadas por alguns tijolos.
Aos seis anos, todas as manhãs, os meninos começam a trabalhar na fazenda-escola
onde aprendem a escavação, a colheita do milho e lavrar os campos com burros.
Na parte da tarde, eles estudam o Alcorão.
Em seu tempo livre, Lamine gosta de jogar futebol com seus amigos.




Tzvika, 9 anos



Mora num bloco de apartamentos em Beitar Illit , um assentamento israelense
na Cisjordânia. É um condomínio fechado de 36.000 Haredi.
Televisões e jornais são proibidos no assentamento.
Em média, as famílias tem nove filhos, mas Tzvika tem apenas
uma irmã e dois irmãos, com quem divide seu quarto.
Ele é levado de carro para a escola onde o esporte é banido do currículo.
Tzvika vai à biblioteca todos os dias e gosta de ler as escrituras sagradas.
Ele também gosta de brincar com jogos religiosos em seu computador,
quer se tornar um rabino. Sua comida favorita é bife com batatas fritas.


Jamie, 9 anos



Mora com seus pais, irmão gêmeo e sua irmã em um apartamento
na Quinta Avenida em Nova Iorque.
Jamie frequenta uma escola de prestígio e é um bom aluno.
Em seu tempo livre, ele faz aulas de judô e natação.
Quando crescer, quer se tornar um advogado como seu pai.




Indira, 7 anos



Vive com seus pais, irmão e irmã, perto de Kathmandu, no Nepal.
Sua casa tem apenas um quarto, com uma cama e um colchão.
Na hora de dormir, as crianças compartilham o colchão no chão.
Indira trabalha na pedreira de granito local desde os três anos.
A família é muito pobre por isso todos tem que trabalhar.
Há 150 crianças trabalhando na pedreira. Indira trabalha seis horas por dia
além de ajudar a mãe nos afazeres domésticos.
Ela também freqüenta a escola, a 30 minutos a pé.
Sua comida preferida é macarrão. Ela gostaria de ser bailarina quando crescer.




Kaya, 4 anos




Mora com os pais em um pequeno apartamento em Tóquio, Japão.
Seu quarto é forrado do chão ao teto com roupas e bonecas.
A mãe de Kaya faz todos os seus vestidos e gostos. Kaya tem 30 vestidos e casacos,
30 pares de sapatos, perucas e um sem número de brinquedos.
Quando vai à escola fica chateada por ter que usar uniforme escolar.
Suas comidas favoritas são a carne, batata, morango e pêssego.
Ela quer ser desenhista quando crescer.




Douha, 10 anos




Mora com os pais e onze irmãos em um campo de refugiados palestinos
em Hebron, na Cisjordânia. Ela divide um quarto com outras cinco irmãs.
Douha freqüenta uma escola, a 10 minutos a pé, e quer ser pediatra.
Seu irmão, Mohammed, matou 23 civis em um ataque suicida contra os israelenses em 1996.
Posteriormente, os militares israelenses destruíram a casa da família.
Douha tem um cartaz de Maomé em sua parede.




Jasmine (Jazzy), 4 anos



Vive em uma grande casa no Kentucky, EUA, com seus pais e três irmãos.
Sua casa é na zona rural, rodeada por campos agrícolas.
Seu quarto é cheio de coroas e faixas que ela ganhou em concursos de beleza.
A garota já participou de mais de 100 competições.
Seu tempo é todo ocupado com os ensaios.
Jazzy gostaria de ser uma estrela do rock quando crescer.




Nome e idade desconhecidos





A casa para este garoto e sua família é um colchão em um campo nos arredores de Roma, Itália.
A família veio da Romênia de ônibus, depois de pedir dinheiro para pagar as passagens.
Quando chegaram a Roma, acamparam em terras particulares, mas foram expulsos pela polícia.
Eles não têm documentos de identidade, assim não conseguem um trabalho legal.
Os pais do garoto limpam pára-brisas de carros nos semáforos.
Ninguém de sua família foi à escola.




Dong, 9 anos





Mora na província de Yunnan, no sudoeste da China, com seus pais, irmã e avó.
Ele divide um quarto com a irmã e os pais. A família tem uma propriedade
que permite cultivar quantidade suficiente de seu próprio arroz e cana de açúcar.
A escola de Dong fica a 20 minutos a pé. Ele gosta de escrever e cantar.
Na maioria das noites, ele passa uma hora fazendo o seu dever de casa
e uma hora assistindo televisão. Dong gostaria de ser policial.




Roathy, 8 anos




Vive nos arredores de Phnom Penh, Camboja.
Sua casa fica em um depósito de lixo enorme. O colchão de Roathy é feito de pneus velhos.
Cinco mil pessoas vivem e trabalham ali. Desde os seis anos, todas as manhãs,
Roathy e centenas de outras crianças recebem um banho em um centro de caridade local.
Antes de começar a trabalhar, recolhe latas e garrafas de plástico, que são vendidos
para uma empresa de reciclagem. Um pequeno lanche é muitas vezes a única refeição do dia.



Thais, 11





Mora com os pais e a irmã no terceiro andar de um bloco de apartamentos no Rio de Janeiro, Brasil.
Ela divide um quarto com a irmã. Vive nas vizinhanças da Cidade de Deus,
que costumava ser conhecida pela rivalidade de gangues e uso de drogas.
Thais é fã de Felipe Dylon, um cantor pop, e tem pôsteres dele em sua parede.
Ela gostaria de ser modelo.



Nantio, 15





É membro da tribo Rendille no norte do Quênia. Ela tem dois irmãos e duas irmãs.
Sua casa é uma pequena barraca feita de plástico.
Há um fogo no centro, em torno do qual a família dorme.
As tarefas de Nantio incluem cuidar de caprinos, cortar lenha e carregar água.
Ela foi até a escola da aldeia por alguns anos, mas decidiu não continuar.
Nantio está esperando o seu moran (guerreiro) para casar.
Ela só tem um namorado no momento, mas é comum
para uma mulher Rendille ter vários namorados antes do casamento.




Joey, 11





Vive em Kentucky, EUA, com seus pais e irmã mais velha.
Ele acompanha regularmente o seu pai em caçadas. Ele é dono de duas espingardas
e fez sua primeira vítima - um cervo - quando tinha sete anos.
Ele está ansioso para usar sua arma durante a nova temporada de caça.
Ele ama a vida ao ar livre e espera poder continuar a caçar na idade adulta.
Sua família sempre come carne de caça. Joey não concorda
que um animal deve ser morto só por esporte.
Quando não está caçando, Joey freqüenta a escola
e gosta de ver televisão com o seu lagarto de estimação, Lily.



James Mollison espera que o seu trabalho ajude outras crianças
a pensar sobre a desigualdade no mundo, para que
no futuro elas pensem como agir para diminuir esta diferença.

7 comentários:

  1. O mais incrível é ver que tem gente que diz que a humanidade evolui...

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  2. Denise, muito obrigado por tecer por aqui...
    tb compartilhei o post...
    tdo de bom/bem p vc sempre...

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  3. Minha querida amiga, Denise.
    Sintam-se seus pezinhos de princesa, beijados.
    Beijos da alma para acariciar alma táo linda,
    táo generosa, a nos dedicar horas preciosas de
    sua vida para nos esclarecer com imagens e
    informações igualmente preciosas para uma
    vida digna, uma vida em conhecimento do que
    é real, do que faz parte da nossa contemporaneidade como humanos vivendo (?) como
    irmáos sobre o planeta.

    Muito agradecida mesmo. Nós amamos vocë.

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  4. Parabéns pelo blog. Lembrou-me o filme "Crianças Invisíveis". Dores que precisamos ver...lembrar do que está ao nosso redor e raramente percebemos.
    Abraço grande

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  5. Obrigada por compartilhar. Adorei!
    Pensei no quarto das crianças institucionalizadas.
    Lindo trabalho e pensameto!
    Jac_jan

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  6. Comovente,sem palavras para expressar o sentimento que dói tanto aqui dentro.

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  7. na mentras tanto as potencias occidentais gastan millos e mais millons nas suas guerras de rapiña... direitos humans... ¿donde? parabens po lo blog... un saudo

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