Por Igor Carvalho
Do SpressoSP
Hoje pela manhã, por volta das 11h, a Polícia Militar, sob o comando de um policial identificado apenas como André, cuja patente não foi revelada, iniciou a remoção dos alunos que estavam acampados no local e soldou a porta de entrada da sede do DCE (Diretório Central dos Estudantes), da USP. “Vieram aqui nos remover sem um mandato, sem qualquer amparo judicial, de forma bruta e agressiva”, alega Rafael Alves, estudante de Letras, que estava presente durante a ação. Durante a remoção dos alunos, o policial André agrediu o aluno de Licenciatura em Ciências da Natureza, Nicolas Menezes, e chegou a sacar uma arma para o estudante, que não reagiu. Pode-se observar no vídeo abaixo que os alunos durante todo o tempo tentam dialogar com o policial que os ignora durante seu ato de fúria.
Fechada em 2005 sob a alegação de que haveria uma reforma, que nunca houve, a sede do DCE foi retomada pelos estudantes em 2009. Desde então, tem funcionado normalmente, para assembleias, festas, eventos culturais e como ponto de encontro dos alunos. Na última sexta (06), a sede do DCE recebeu uma visita do reitor João Grandino Rodas, que alegava estar “apenas vistoriando o espaço”, e, em seguida, foi invadida pela Guarda Universitária e pela Polícia Militar. Durante a ação, diversos itens foram retirados do local, de acordo com os estudantes. “Eles levaram nosso freezer, equipamentos de som e luz, que usávamos para realizar eventos culturais e uma série de outras coisas”, afirma Rafael Alves. Os agentes alegaram que estavam agindo a mando do reitor. Após a operação de sexta, os alunos acamparam na frente da sede.
Desocupação e “monitoramento”
Alves, que participa do movimento estudantil da USP, é citado na matéria da edição de janeiro da revista Fórum, que já está nas bancas e que denuncia o esquema de arapongagem dentro da universidade e a política adotada pela reitoria de “monitoramento” de alunos, sindicalistas e professores. Para Alves, que é visto no vídeo (de barba, dialogando com o policial no começo da filmagem) “essa ação não é novidade nenhuma pra gente. Estamos acostumados, a diferença é que desta vez conseguimos registrar. A PM não está aqui para dar segurança”, afirma.
Assista agora à segunda parte do vídeo. Após a agressão, o policial André começa a ordenar a imediata retirada dos objetos de dentro da sede. Ele passa a ser alvo dos protestos dos alunos que o chamam de “racista” e perguntam se “essa é a aula de democracia”, prometida pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, aos estudantes da USP. No final do vídeo, começa o diálogo ríspido entre o aluno Nicolas (agredido) e o policial.
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