Gil vê as críticas a Ana de Hollanda no Minc como "reações à descontinuação de políticas" iniciadas por ele e por Juca. O recado está dado!
Gilberto Gil, quando ministro, em visita aos Ashaninkas no município de Marechal Thaumaturgo (AC) |
Roberta Pennafort , AE
Ministro da Cultura de Lula de 2003 a 2008, Gilberto Gil disse que Dilma Rousseff “está indo muito bem, respondendo às questões da economia, às questões permanentes de malfeitos e corrupção. Que bom (que os ministros suspeitos foram afastados)! Pior é se não tivessem sido afastados”, avaliou o compositor.
Ontem, em entrevista, em sua produtora, no Rio de Janeiro, por ocasião do lançamento de seu acervo digital, ele falou de sua percepção da atual gestão federal. “Eu gosto do governo Dilma. Não parti de posição desconfiada, porque trabalhei com ela por seis anos. Eu na Cultura e ela, na Casa Civil e nas Minas e Energia. Eu sabia da capacidade dela”.
Gil acompanha o governo Dilma e o desempenho de sua sucessora na pasta da Cultura, Ana de Hollanda, em particular, pelo noticiário, sem dar declarações que possam soar intrometidas. De personalidade conciliadora, o músico preferiu se manter de fora das polêmicas que se sucederam na Pasta neste primeiro ano – da reforma da Lei dos Direitos Autorais à aprovação controversa de projetos na Lei Rouanet, passando pelas diárias recebidas (e devolvidas) pela ministra por dias de folga. Ele considera que Ana, que pode deixar o cargo na reforma ministerial de janeiro, está se saindo até agora “dentro da média da avaliação geral do governo da Dilma”.
Gil acha que a intensidade das críticas à administração de Ana foi menor do que a que ele teve de enfrentar em 2003. “Não é nada diferente do que foi comigo. Num certo ponto, foi mais, porque a minha presença era mais escandalosa do que a da Ana”, disse, rindo. “Ela já tinha o benefício de eu ter sido ministro antes, sendo artista e tal. E algumas das minhas propostas iniciais do Ministério entraram em choque mais abertamente com os sistemas gerais da cultura no Brasil”.
Adepto da máxima de que “ex precisa entender que é ex”, ele vê os ataques sucessivos à ministra desde o início do ano como reações à descontinuação de políticas iniciadas por ele e por seu sucessor, Juca Ferreira (no cargo de 2008 a 2010). “Havia uma massa de programas em andamento, nas gestões Gil e Juca, que as pessoas queriam que continuasse. Na medida em que houve, aqui e ali, recuo por parte do Ministério novo, houve insatisfação”.
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