Paris um pouco mais rosada |
do Estadão
Em cada um de seus artigos, o FT de hoje só fala de Hollande. Alguns dos textos são razoáveis; outros, no entanto, são mais parecidos com este artigo de Josef Joffe, no qual ele declara que a provável vitória de Hollande representa “uma perspectiva desanimadora para todos, a não ser os novos keynesianos e os velhos socialistas”.
Talvez eu devesse me sentir lisonjeado pelo fato de Joffe considerar que o grande debate seja travado entre os falcões da austeridade e… eu. Mas ele diz que se trata de um debate “cansado” – porque debater as formas de combater o desemprego em massa torna-se simplesmente maçante, sabem?
Ainda assim, Joffe tem sua utilidade enquanto indicador da opinião alemã, que diz, basicamente, `conseguimos nos tornar competitivos e restaurar o crescimento; o que impede os demais de seguir o mesmo rumo?’ Ele consegue omitir o fato de que a recuperação alemã na década de 2000 foi impulsionada por uma expressiva guinada no sentido de um superávit comercial; será que todos devem fazer o mesmo, ao mesmo tempo? Como se diz “argumentação fraudulenta” em alemão?
Philip Stephens apresenta uma ótima reação contra a histeria em torno de Hollande:
“Na sua capa, a influente revista The Economist declarou que o sr. Hollande é `perigoso’ – embora, sendo britânica, tenha acrescentado a este epíteto pouco elogioso a locução `um pouco’. A revista observou que o candidato à presidência `acredita genuinamente (grifo meu) na necessidade de se criar uma sociedade mais justa’. Ora, o que poderia ser mais perigoso do que isto?”
“Este tipo de alarmismo toma como base premissas curiosas: a de que o passado nos ensina que os governos não devem jamais interferir nos mercados; e a de que a atual estratégia econômica da Europa tem sido um estrondoso sucesso tanto na reconstrução das finanças públicas quanto na restauração do crescimento econômico.”
Em cada um de seus artigos, o FT de hoje só fala de Hollande. Alguns dos textos são razoáveis; outros, no entanto, são mais parecidos com este artigo de Josef Joffe, no qual ele declara que a provável vitória de Hollande representa “uma perspectiva desanimadora para todos, a não ser os novos keynesianos e os velhos socialistas”.
Talvez eu devesse me sentir lisonjeado pelo fato de Joffe considerar que o grande debate seja travado entre os falcões da austeridade e… eu. Mas ele diz que se trata de um debate “cansado” – porque debater as formas de combater o desemprego em massa torna-se simplesmente maçante, sabem?
Ainda assim, Joffe tem sua utilidade enquanto indicador da opinião alemã, que diz, basicamente, `conseguimos nos tornar competitivos e restaurar o crescimento; o que impede os demais de seguir o mesmo rumo?’ Ele consegue omitir o fato de que a recuperação alemã na década de 2000 foi impulsionada por uma expressiva guinada no sentido de um superávit comercial; será que todos devem fazer o mesmo, ao mesmo tempo? Como se diz “argumentação fraudulenta” em alemão?
Philip Stephens apresenta uma ótima reação contra a histeria em torno de Hollande:
“Na sua capa, a influente revista The Economist declarou que o sr. Hollande é `perigoso’ – embora, sendo britânica, tenha acrescentado a este epíteto pouco elogioso a locução `um pouco’. A revista observou que o candidato à presidência `acredita genuinamente (grifo meu) na necessidade de se criar uma sociedade mais justa’. Ora, o que poderia ser mais perigoso do que isto?”
“Este tipo de alarmismo toma como base premissas curiosas: a de que o passado nos ensina que os governos não devem jamais interferir nos mercados; e a de que a atual estratégia econômica da Europa tem sido um estrondoso sucesso tanto na reconstrução das finanças públicas quanto na restauração do crescimento econômico.”
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